sábado, 31 de maio de 2014

Minas do Pintor


Para mim, o órgão do fotógrafo não é o olho (ele assusta-me), é o dedo: aquilo que está ligado ao disparar da objectiva, ao deslizar metálico das placas (quando o aparelho ainda as utiliza). Gosto desses ruídos mecânicos de uma forma quase voluptuosa, como se, da Fotografia, eles fossem precisamente aquilo - e unicamente aquilo - a que o meu desejo se agarra , quebrando, com o seu estalido seco, a mortalha da pose. 

Roland Barthes in "A Câmara Clara"

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